Ninguém
me chamou, me convocou, enfim, me convidou, mas, me disponho, aqui, a defender
a causa flamenguista a todo e qualquer custo. Este não seria um fim de semana
ideal para começar uma coluna sobre o Rubro-Negro, afinal, o fato que mais
salta aos olhos sobre o Flamengo é a derrota para o fraquíssimo Bahia, por 2 x
1, que a Globo mostrou para todo o Brasil (infelizmente). Mas esse é um assunto
que vou guardar para o final deste artigo.
O
fato que quero ressaltar – ok, podem falar que estou querendo encobrir a
derrota no futebol, mas não é esta, garanto, a questão – é o título mundial
conquistado pelo Flamengo no Basquete, frente ao Maccabi Tel Aviv, por 90 a 77.
É um título histórico não só para o Flamengo como para o basquete brasileiro,
que só tinha conseguido conquista similar na década de 1970. Mais que isso, um
título que mostra que, quando bem gerida, qualquer modalidade esportiva pode
trazer resultados e dividendos para um clube.
O
Flamengo gasta, hoje, 1/5 do que gasta com o futebol, com sua equipe de
basquete. Mesmo com esse orçamento menor, conseguiu montar um time cheio de
estrelas, com estrangeiros de primeira linha, inclusive dois jogadores da NBA –
Liga Americana de Basquete -, decisivos para o título.
Agora,
sim, falemos de futebol, respondendo à pergunta que não quer calar: Por que no
futebol não é igual ao basquete? Por dois motivos. Primeiro, pelo fato de o
basquete ser, no Flamengo, uma modalidade que mantém sua sobrevivência
diretamente ligada à formação de novos jogadores e que consegue manter esses
talentos no clube. Segundo, porque os investimentos do Flamengo em jogadores
estrangeiros, no basquete, são recentes – o que elimina a possibilidade de
“loucuras” anteriores – e, portanto, nunca pesou na conturbada contabilidade do
clube.
Essas
duas características fizeram do basquete do Flamengo um negócio altamente
rentável, com patrocínios em profusão e uma atenção da mídia fora do comum.
Afinal, quanto as emissoras que transmitiram o Campeonato Mundial de Basquete
não economizaram ao ter as finais disputadas em solo brasileiro? Imaginem o
custo de mandar uma equipe completa, com cinegrafistas e auxiliares inclusos,
para Israel, transmitir a participação de um time brasileiro na final de uma
competição mundial?
No futebol, ao contrário, a formação de novos
talentos, que tanto notabilizou o Flamengo no mundo todo, ficou reduzida a uma
fábrica de “promessas” que vão-se, ao primeiro sinal de talento, negociadas por
empresários por qualquer “30 dinheiros” (a FIFA baixou uma normativa acabando com
isso, mas, quem conhece a FIFA, realmente acredita nisso??), ao mesmo tempo em
que a contratação de jogadores do naipe de Magal, Arthur, Elton, entre outros,
vem forçando os cofres do clube a arcar com indenizações milionárias, por
recisões de contrato. Só dois lembretes: ainda não nos livramos do rebaixamento
e precisamos fazer muito mais do que “Luxemburguices” para nos livrar desse
mal. E o Eduardo da Silva tem uma estrela fenomenal!